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Santarém (PA) organiza I Romaria da Terra e das Águas

26-07-2019
Fonte: 

Assessoria de Comunicação da Diocese de Santarém | Por Rafaela Godinho | Edição: Ingrid Campos

I Romaria da Terra e das Águas de SantarémMobilizar as pessoas em um ato ecumênico com a dimensão humana para demonstrar todo o valor da vida, o bem viver, o cuidado com aquilo que é comum para todas as pessoas, além de reforçar que os saberes ancestrais são construídos pela multiplicidade das comunidades étnicas e camponesas, esses são os objetivos da I Romaria da Terra e das Águas da Diocese de Santarém, com o tema: “Em defesa da Agricultura Familiar Agroecológica”, que acontece neste fim de semana 27 e 28 de julho de 2019.

A Romaria da Terra e das Águas (RTA), que pretende ser um momento de anúncio e denúncia, é organizada pelos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais- STTR de Santarém, Mojúi dos Campos e Belterra, Pastoral Diocesana, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e demais organizações sociais da região. 

A caminhada da primeira Romaria de Santarém é um grito de alerta social contra os diversos contextos de violência e destruição da “casa comum” (maneira como é chamado o planeta Terra na encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco) em suas variadas dinâmicas de agressões e desrespeitos às culturas locais, o que estabelece, segundo a carta de apresentação da Romaria, “uma colonização moderna, que desqualifica a relação de interdependência entre o ser humano e a natureza, sempre em busca de transformar a Terra e a Água como mero meio para obter lucro”.

A Romaria da Terra e das Águas é um evento que mistura fé e política e têm seu início no final da década de 70, organizado pelas CPTs regionais nos estados da Bahia e do Rio Grande do Sul. Em pouco tempo esse evento que celebra a fé e a resistência política das comunidades rurais passou a ser realizado em vários lugares do país. Essa é a primeira vez que será realizada em Santarém (PA).

Na carta de apresentação da Romaria de Santarém, o documento afirma que o princípio da RTA é “a consciência de um povo de fé engajado no compromisso de unidade pela luta em defesa dos direitos coletivos”. A carta ainda afirma que o evento revela a realidade da vida e do sonho do Povo da Terra, do campo e da cidade. “É uma oportunidade para renovar a promessa de Deus e nos entregar à Mãe Terra para nos proporcionar o alimento de cada dia. Valorizar e celebrar a sagrada atividade de tantos irmãos e irmãs nossos que se esforçam para colocar nas suas mesas e nas mesas das cidades os alimentos que sustentam a nossa vida. Tornar ainda, pública, a série de dificuldades, ameaças e constrangimentos que sofrem os agricultores(as) e com isso levantar um canto de reconhecimento, de alegria e de dor dos agricultores e da nossa Mãe Terra, pela sua generosidade no meio de tantas lutas e sofrimentos”, afirma o documento. 

A participação das pastorais sociais, ONGS e demais Organizações Sociais da região, reforçam o engajamento de lideranças e movimentos sociais e fortalece assim a luta contra os grandes empreendimentos e contra a violência no campo.  O objetivo é que a RTA seja um momento de celebração e discussões acerca do atual momento político, além de manifestar o repúdio aos altos índices de violência no campo e às medidas antipopulares do governo federal.

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