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Avaliação de práticas metodológicas e pedagógicas do CPP aponta para novos desafios institucionais

16-04-2016
Fonte: 

Assessoria de Comunicação do CPP

O desejo institucional de melhorar as práticas metodológicas e pedagógicas motivou o Conselho Pastoral dos Pescadores Nacional (CPP) a realizar um longo processo de avaliação que Formação com agentes do CPP no Recanto do Pescadordurou cerca de um ano. O trabalho teve início em abril de 2015, com um seminário que refletiu sobre os princípios da Pastoralidade e sua correlação com os princípios da Educação Popular. A avaliação passou por seis regionais: NE2(PE,PB,RN,AL), NE3 (BA, SE ), NO2 (PA), NE 1(CE), Norte de MG e SC. O relatório final foi apresentado entre os dias 13 e 15 de abril desse ano, na sede do CPP nacional, em Olinda (PE). Cerca de 40 pessoas participaram da atividade de devolução do relatório, entre assessores e agentes de pastoral dos vários regionais do CPP.

O processo de avaliação foi realizado pelas facilitadoras Mércia Alves e Simone Ferreira da organização feminista, SOS Corpo. Através de visitas às equipes, com acompanhamento nas comunidades pesqueiras e grupos-focais realizados com os pescadores e pescadoras, foi possível fazer um diagnóstico das linhas gerais de ação do CPP nacional e dos regionais, além de fazer uma análise do perfil dos/as agentes de pastoral, das práticas de trabalho político-pedagógicas e das ações educativas do CPP ao longo da história de 45 anos de trabalho pastoral.

Todo o processo de pesquisa e diagnóstico envolveu 30 agentes e cerca de 100 pescadores e pescadoras. O documento apresentado na reunião de retorno da avaliação, ainda foi objeto de discussão entre os participantes do encontro, que tiveram a oportunidade de avaliarem o trabalho realizado e problematizarem sobre algumas das questões apontadas. 

Para os participantes, os diálogos provocados pelas avaliadoras serviram como um processo de formação também. “Toda essa delicadeza do processo pedagógico foi bastante enriquecedor”, avaliou um dos agentes de pastoral. O aprendizado também aconteceu para as pesquisadoras. “Esse processo de avaliação fez com que me apaixonasse pelo CPP e o processo de avaliação realmente tem que mexer com a gente”, aponta Mércia Alves.

Oficinas de avaliação do CPPApós as opiniões recolhidas no encontro de devolução da avaliação, o relatório terá o acréscimo das sugestões dos participantes e será enviado na sua versão final para toda a equipe do CPP até o encerramento do mês de abril. As avaliadoras também farão relatórios específicos para os regionais, a partir das discussões realizadas durante as visitas, que devem ser enviados até o fim de maio.

Entre as recomendações apontadas pela avaliação, está a sugestão de haver uma maior sistematização das experiências realizadas, para dar visibilidade e ajudar no processo de reflexão da prática do trabalho dos agentes com os pescadores e pescadoras. Também foram apontados como desafios, o aprofundamento dos debates sobre raça/etnia, gênero, juventude, geração e orientação sexual. “O encontro encerrou com o sentimento geral de rever as práticas e melhorar o serviço às comunidades pesqueiras, numa perspectiva de valorização da identidade, da cultura, da defesa dos direitos e da construção de uma sociedade justa e igualitária, rumo ao Bem-viver”, avalia Maria José Pacheco, Secretária-executiva do CPP nacional. 

 

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