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Peregrinos da Esperança: Jubileu 2025, um chamado à reconciliação e à libertação

Inspirado pela mensagem de esperança, o Ano Santo de 2025 reforça a missão cristã de justiça e cuidado com os mais vulneráveis e com a casa comum

09-01-2025
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Texto: Henrique Cavalheiro - Comunicação do CPP

Neste domingo, Igrejas no Brasil realizam abertura solene do Jubileu 2025O Papa Francisco proclamou o Ano Santo de 2025 como o Jubileu da Esperança, convidando católicos de todo o mundo a redescobrirem a graça de Deus e renovarem seu compromisso com a fé e a justiça. Os anos santos, tradicionalmente celebrados a cada 25 anos, representam momentos de peregrinação, conversão e perdão, enraizados na tradição bíblica e na história da Igreja.

“Chama viva da minha esperança, este canto suba para Ti!”

O Papa Francisco, ao convocar o Ano Santo 2025, convida os fiéis a se tornarem “peregrinos da esperança”, inspirados pelo tema do Jubileu: "Spes non confundit" - A esperança não decepciona (Rm 5, 5). Na bula 'Spes Non Confundit', o Papa ressalta que a esperança é uma força transformadora, mesmo diante das tribulações, pois "esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida". Ele exorta os fiéis a se deixarem atrair pela esperança desde já, permitindo que, por meio de seu testemunho, ela se torne contagiosa e alcance todos aqueles que a buscam.

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O Santo Padre abre a Porta Santa de São PedroO ano jubilar teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com o gesto do Papa Francisco ao abrir a porta santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Esta tradição remete à passagem bíblica em que Jesus afirma: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo" (João 10,9), simbolizando que Cristo é o caminho para a reconciliação, libertação e a vida plena.

“Deus nos olha, terno e paciente: nasce a aurora de um futuro novo.”

Dando continuidade aos ritos de abertura do ano santo, no dia 26 de dezembro de 2024, o Papa Francisco realizou um gesto cheio de significados ao abrir a porta santa na penitenciária de Rebibbia, em Roma. Em sua homilia, Francisco destacou o poder transformador da esperança, mesmo em meio às adversidades: "A esperança não desilude, nunca! Às vezes a corda é dura e fere as nossas mãos... mas com a corda, sempre com a corda na mão, olhando para a margem, a âncora leva-nos em frente".

Este ato levou uma mensagem poderosa às pessoas privadas de liberdade, simbolizando que o Jubileu não exclui ninguém e é um convite universal para abrir as "portas do coração". O gesto reafirma o compromisso da Igreja em estar ao lado dos oprimidos, ecoando o apelo de justiça e reconciliação para todos os que enfrentam dificuldades e violências.

“Os teus filhos, frágeis e dispersos se reúnem no teu Filho amado.”

Na bula, o Papa Francisco apresenta o Jubileu como um tempo para renovar a esperança em Deus e fortalecer o compromisso com a dignidade humana e a justiça social. Ele afirma que o Ano Santo deve ser caracterizado por uma esperança que não conhece ocaso e que “nos ajude a reencontrar a confiança necessária, tanto na Igreja como na sociedade, no relacionamento interpessoal, nas relações internacionais, na promoção da dignidade de cada pessoa e no respeito pela criação.”

*CLIQUE AQUI e leia a bula papa na íntegra

Essa mensagem se alinha profundamente com a luta das comunidades pesqueiras, que enfrentam desafios como a perda de territórios, o racismo ambiental e a violação de direitos. Para o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP), o Jubileu reforça a necessidade de unir fé e ação na defesa dos direitos das comunidades tradicionais, seus modos de vida e a sustentabilidade de seus recursos.

Na visão pastoral, cruzar a Porta Santa não é apenas um ato de fé, mas também um compromisso de lutar por justiça, dignidade e cuidado com a casa comum. Que a esperança que este Jubileu traz inspire ações concretas em favor dos que pescadores e pescadoras artesanais e comunidades tradicionais.

"Novos Céus, Terra feita nova: passa os muros, Espirito de vida."

Para os fiéis que não têm a oportunidade de ir até Roma participar da programação do Jubileu 2025, a Igreja oferece uma alternativa significativa em cada região. Dioceses, arquidioceses e prelazias são orientadas a designar Igrejas Jubilares locais, que se tornam destinos de peregrinação para os “Peregrinos da Esperança”. Essas igrejas são espaços onde os fiéis podem se conectar espiritualmente ao Ano Santo, participar das celebrações jubilares e obter as indulgências previstas. A abertura diocesana do Jubileu, definida pelo Papa Francisco, ocorreu na Festa da Sagrada Família, 29 de dezembro 2024. Esse gesto ressalta que, mesmo sem a viagem para Roma, a mensagem de esperança e reconciliação do Jubileu pode alcançar todos os cantos do mundo.