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MPP lança manifesto ao final do Grito da Pesca Artesanal 2021

Em Manifesto final do Grito da Pesca Artesanal, o MPP repudia a política excludente da Secretaria de Aquicultura e Pesca- SAP/MAPA, que desconsiderou as organizações de pescadores e pescadoras artesanais no debate sobre o recadastramento das comunidades pesqueiras

26-11-2021
Fonte: 

Assessoria de Comunicação do MPP

Em Manifesto, o MPP repudia o processo de recadastramento realizado pelo governo federal e reafirma o compromisso com o povo brasileiro de defesa da pesca artesanal, das águas e de toda biodiversidade presente nas comunidades pesqueiras.
 
Confira o manifesto na íntegra, logo abaixo, ou acesse aqui!
 

 

MANIFESTO GRITO DA PESCA 2021
 
Da força resistente das águas, inspirados nas lutas históricas do povo brasileiro, nós pescadoras e pescadores artesanais reunidos de 21 a 24 de novembro de 2021, em Brasília, realizamos nosso Grito da Pesca Artesanal 2021, com o tema "Em defesa da vida, dos territórios tradicionais pesqueiros, da soberania alimentar e da democracia".
 
Somos mais de 600 pescadores e pescadoras artesanais representando 16 estados brasileiros que se colocam na posição de luta em defesa da vida e dos territórios tradicionais pesqueiros frente a intensa violação de direitos humanos e retirada de direitos sociais historicamente conquistados desde o processo de redemocratização do país.
 
Ocupamos as ruas de Brasília para anunciar que é dos nossos territórios tradicionais que vem 70% do pescado que alimenta o povo brasileiro, para demostrar a diversidade cultural de nossas comunidades e dos nossos modos de vida, somos nós que cuidamos das águas e da terra.
 
Ocupamos as ruas no dia 22 de novembro para denunciar os desmontes das políticas ambientais, da negação de direitos previdenciários e da intensificação da violência frente a privatização e mercantilização de nossos territórios.
 
Repudiamos a política excludente da Secretaria de Aquicultura e Pesca- SAP/MAPA, que sem consultar e considerar as organizações de pescadores e pescadoras artesanais, lança um processo de recadastramento que não considerou a diversidade e as especificidades das comunidades pesqueiras. A SAP atende de forma prioritária aos interesses da aquicultura e da indústria pesqueira capitalista, que é insustentável e não coloca o peixe na mesa do povo com preço acessível. Denunciamos o desmonte da frágil política pesqueira e da ausência de políticas públicas que atendam as demandas imediatas dos pescadores/as.
 
Seguimos na resistência pesqueira, na defesa da vida, dos nossos territórios de vida e trabalho. Somos um povo que conhece bem as águas e nos colocamos como parte do território das águas, saímos na sua defesa frente a mercantilização desse bem comum. Não seremos cancelados e canceladas, resistiremos!
 
Reafirmamos nosso compromisso com o povo brasileiro de defesa da pesca artesanal, das águas e de toda biodiversidade presente em nossas comunidades. 
 
Pescadoras/es artesanais seguem sendo sinal de resistência e de organização na defesa da vida, da democracia e dos bens comuns.
 
No Rio e no Mar: Pescadores na Luta!
Nos Açudes e Barragens: Pescando Liberdade!
Hidronegócio: Resistir!
Cercas nas Águas: Derrubar. 

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