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CPP participa do Seminário Nacional de Organização da Cúpula dos Povos frente ao G20

A Cúpula dos Povos visa fortalecer as demandas e a visão crítica das organizações e movimentos populares para a Cúpula do G20, prevista para novembro

10-05-2024
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Texto: Assessoria de Comunicação do CPP / Com informações da Rede Jubileu Sul Brasil / Fotos: Zena Pinto / CPP- MG e ES

Aconteceu o Seminário Nacional de Organização da Cúpula dos Povos frente ao G20, que teve início nesta quinta-feira (9) e se estende até sexta-feira (10) no Rio de Janeiro, o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) marca presença por meio de Zena Pinto, agente de pastoral do CPP - regional Minas Gerais e Espírito Santo.

A manhã desta quinta-feira foi dedicada à análise da conjuntura nacional, regional e internacional. Em um ambiente de debate plenário, os participantes refletiram os desafios prementes para que a Cúpula dos Povos se transforme em um espaço de formação e mobilização, em meio ao atual panorama político, social e econômico. Este evento paralelo ao G20 Social, seguindo o exemplo da realizada na Rio+20 em 2012, busca dar voz às demandas e à visão crítica das organizações e movimentos populares diante da Cúpula do G20, programada para novembro, também no Rio de Janeiro.

Sob o tema "Por que queremos uma Cúpula dos Povos frente ao G20?", a segunda mesa de debates, no período da tarde desta quinta, promoveu reflexões profundas. Os participantes se reuniram para se apropriar do debate, colaborar com estratégias e fortalecer organizações, visando estar nas ruas com força em novembro de 2024, denunciando as falsas soluções para as múltiplas crises do sistema capitalista.

"É importante a participação nesse seminário porque está sendo falado muito sobre o enfrentamento com relação ao anti-imperialismo, entender como o meio ambiente se impõe e como os acordos selados no G20 o afetam, trazer para a formação temas como meio ambiente, racismo ambiental, crise climática e transição energética popular”, pontuou a agente de pastoral do CPP, Zena Pinto.

Quem realmente precisa do G20?

Enquanto o G20, originado em 1999 em resposta à crise asiática, supostamente busca promover a estabilidade econômica mundial, questiona-se em benefício de quem essa estabilidade é mantida. O G20 reforça a tendência dos Estados se endividarem perante os mercados, perpetuando uma dinâmica que enriquece apenas os capitalistas especuladores e rentistas. Em meio a essa dinâmica, as desigualdades se ampliam, com os mais ricos enriquecendo cada vez mais enquanto milhões sofrem com a pobreza. O papel do G20 deve ir além de resgatar os mercados do colapso, coordenando estratégias para conter resistências e rebeliões decorrentes das crescentes desigualdades. A pergunta que permanece é: quem realmente precisa do G20? As classes dominantes, ou são eles que precisam das comunidades tradicionais e todos os aspectos que as envolve?

Para o Bem Viver dos povos

Foram realizadas discussões em grupos, visando abordar os desafios inerentes à construção e organização deste evento. Além da pauta do G20, o seminário também aborda temas como a organização popular para o encontro dos BRICs, a COP 30, entre outros eventos da agenda internacional programados para ocorrer no Brasil neste e no próximo ano.

A presença do CPP neste evento da Cúpula dos Povos é um testemunho do compromisso contínuo da pastoral com as questões sociais, ambientais, políticas e econômicas que afetam diretamente as comunidades pesqueiras. Através de sua participação, a pastoral busca contribuir para a construção de ambiente inclusivo e representativo que promova o Bem Viver dos povos, especialmente os povos das águas, para que o meio ambiente seja respeitado, os territórios preservados e o modo de vida destas comunidades tradicionais sejam tratados com dignidade e direitos.