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6 anos do crime do petróleo: Não esquecemos, não toleramos. Seguimos em luta!

Campanha Mar de Luta lança selo que recorda o crime de 2019, denuncia novos riscos e reafirma a luta dos povos das águas contra a indústria do petróleo

22-08-2025
Fonte: 

Assessoria de Comunicação da Campanha Mar de Luta

No mês em que se completam seis anos do crime do petróleo, a Campanha Mar de Luta lança um selo que simboliza a memória, a dor e a resistência das comunidades pesqueiras atingidas. A iniciativa denuncia a normalização da tragédia, os novos vazamentos em diversos territórios pelo país e a ameaça de exploração na Foz do Amazonas e na Margem Equatorial, em pleno ano da COP30.

Em agosto de 2019, as primeiras manchas de petróleo surgiram na costa brasileira, atingindo 11 estados e deixando uma ferida profunda nos territórios e nos corpos das comunidades tradicionais pesqueiras. Seis anos depois, as consequências seguem vivas: não houve reparação socioambiental, e as populações atingidas convivem diariamente com os impactos da contaminação. O selo lançado pela Campanha Mar de Luta reafirma a memória coletiva e denuncia o silêncio e a impunidade em torno do maior desastre ambiental da história recente da pesca artesanal.

O crime de 2019 não foi um episódio isolado. Vazamentos de petróleo continuam ocorrendo, como os registrados na Baía do Araçá, em São Sebastião (SP), onde pescadores e pescadoras artesanais, e marisqueiras seguem vendo seu sustento ser destruído. Além disso, a proposta do governo brasileiro de expandir a fronteira petrolífera para a Margem Equatorial e a Foz do Amazonas ameaça ecossistemas sensíveis, como manguezais e recifes, e compromete a vida de milhares de famílias que dependem diretamente das águas para sobreviver.

O selo traz a simbologia de três cores sobrepostas: o preto do petróleo, que representa a ameaça e os riscos permanentes; o marrom dos manguezais, ecossistemas fundamentais para o equilíbrio climático e para o trabalho das marisqueiras; e o azul das águas, território de vida e resistência da pesca artesanal. A sobreposição desses elementos mostra como o petróleo invade, desequilibra e ameaça a biodiversidade e a cultura das comunidades pesqueiras.

Às vésperas da COP30, que será realizada na Amazônia em 2025, o selo denuncia as contradições de um país que se apresenta como liderança climática enquanto insiste em ampliar sua dependência dos combustíveis fósseis. Para os povos das águas, o território é extensão de seus corpos e foram ambos atingidos pelo petróleo. As consequências continuam afetando o meio ambiente e as pessoas. Por isso, os pescadores e pescadoras artesanais afirmam: não esqueceremos, não aceitaremos a normalização, não nos calaremos. A luta segue viva nas marés, nos mangues nos rios, açudes e barragens!