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Mar de Luta - Planejar e avaliar, pois a luta não pode ter fim

Líderes se reúnem em Brasília para discutirem os próximos passos da campanha

09-02-2023
Fonte: 

Assessoria de Comunicação do CPP | Texto e fotos: Henrique Cavalheiro

Na manhã desta quinta-feira (9/2), deu início a reunião da Campanha Mar de Luta, em Brasília (DF). Estão presentes no encontro representantes de pescadores e pescadoras, professores, pesquisadores, membros do Coletivo Brasil de Comunicação Social – Intervozes, do Conselho Pastoral dos Pescadores - CPP e do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil – MPP. Na pauta está o planejamento das ações da campanha em 2023, além de uma avaliação das ações desenvolvidas no ano passado. A reunião seguirá até a sexta-feira (10/02) com a expectativa de um debate com assessoria do deputado federal Túlio Gadelha (Rede), que integra a frente Parlamentar Ambientalista e que será o relator da Lei do Mar na Câmara.

Após uma apresentação de todos e de uma mística que relembrou a conexão dos companheiros com a luta, a primeira fala foi do Luiz Rosário, membro do 350.org, que apresentou uma análise de conjuntura do cenário da expansão da indústria do petróleo no Brasil a partir do governo Lula. Segundo Luiz, quase todos os dias temos derramamento de petróleo em águas brasileiras, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte. Faz parte do costume desta indústria, algo perverso e devastador. “Precisamos nos posicionar como protetores de nossos territórios. Necessitamos nos colocar, perante o novo governo, que somos contra a exploração de petróleo em regiões sensíveis”, afirma.

Os costumes e culturas de cada local e comunidades devem ser respeitadas e protegidas pelos governos. Para Rosário, falar de uma produção de energia com combustíveis fósseis de maneira equilibrada e sustentável é analisar cada caso de uma forma única, mas sempre com diálogo inclusivo e participativo das comunidades. “Não conseguimos enxergar que os governos estão percebendo este cuidado de forma consciente. Entendemos a diferença entre território e região, território é um aspecto antropológico que precisa ser respeitado e as comunidades pesqueiras e tradicionais”, pondera Luiz.

Foi apontado que não dá para parar com a indústria do petróleo e gás de uma vez e de uma forma abrupta. É importante a pressão das comunidades para encerrar este ciclo e não haver abertura de novas áreas de exploração.

“Diversas áreas que são sensíveis precisam ser protegidas para a subsistência das comunidades. Vazamento ocorre todo dia, mas não há fiscalização. O IBAMA adorava fiscalizar os pescadores, mas não chega perto das plataformas. É preciso a participação das lideranças nesta luta”, conclui Rosário.

Para o especialista é momento de uma luta estratégica, já que a lógica do capital é tempo e dinheiro, quanto mais as comunidades demorarem e atrasarem os projetos deles, haverá mais resistência. “É a hora da academia se envolver. A comunidade tem que trabalhar de mãos dadas com as universidades. No Congresso a luta será árdua tendo em vista o perfil de muitos parlamentares eleitos, será preciso diálogo”, destaca.

Linha de ação: 

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